18.11.09

Celulares em rede vão ´aprender´com o usuário

Por Filipe Serrano*

Nada de câmeras, MP3 player, GPS, 3G, tela sensível ao toque ou Wi-Fi. Muito mais do que ter um amontoado de recursos tecnológicos, a grande novidade dos celulares do futuro será ter aplicações que facilitem a relação entre as pessoas. Os contatos estarão integrados a serviços online, possibilitando o desenvolvimento de novos usos para o telefone.

Imagine, por exemplo, que você faz uma viagem para Paris e registra em uma rede social, pelo celular, todo o roteiro, com os passeios que fez e os restaurantes que visitou. Quando um amigo sair em férias parisienses, poderá acompanhar o roteiro que você fez, também pelo celular. E quando ele apontar o telefone para a catedral de Notre Dame, vai surgir na telinha dele uma mensagem que você deixou lá, com uma dica, por exemplo, de um restaurante bom ali perto.

Se você pensar bem, hoje em dia já é possível fazer isso usando programas que traçam rotas e aplicativos de realidade aumentada, que permitem deixar mensagens virtuais em lugares reais. Mas o desafio dos fabricantes de celular daqui em diante será como transformar essa experiência em algo tão natural quanto uma conversa sobre viagens na mesa de jantar.

A vontade das pessoas de compartilhar experiências relevantes para cada situação, mais do que qualquer tecnologia, é que vai influenciar o desenvolvimento de novos recursos para celulares.

Na última semana, em evento sobre o futuro da mobilidade em sua sede, em Helsinque
( Finlândia), a Nokia apresentou um vídeo em que imagina como usaremos o celular em 2015. Todos os aparelhos estarão ligados a uma rede de informações online, que, a partir disso, vai gerar informações de acordo com o seu comportamento.

Com isso, será possível oferecer novos serviços, como mostrar a situação precisa do trânsito ou fazer buscas de acordo com a localização, com pessoas e com a data. Por exemplo, você poderá pesquisar o nome de um restaurante a que foi com um amigo específico no mês de junho. O celular também indicará notícias relevantes para cada pessoa, de acordo com a profissão e a localização.

"Uma vez que é difícil diferenciar criadores e consumidores de conteúdo, as pessoas vão precisar de um aparelho que seja mais interativo e inteligente, para tirar o melhor de cada momento. Em 2015 todos se beneficiarão do fato de estarmos conectados, em qualquer lugar, a qualquer hora", disse Heikki Norta, diretor de estratégias corporativas da Nokia, um dos poucos palestrantes a realmente falar do futuro da mobilidade com profundidade durante sua apresentação no evento.

Oskar Korkman, diretor de pesquisas sobre tendências de comportamento da Nokia, também explicou que a fragmentação das relações entre as pessoas - cada vez mais casuais, ainda que profundas, e ligadas a lugares e momentos específicos - aumentam a necessidade de compartilhar a intimidade e a experiência por meio de aparelhos eletrônicos, no caso, o celular ligado à web. Por isso, telefones e serviços online precisam se adaptar. "Não queremos empurrar os serviços para as pessoas. É importante que elas possam escolher como querem compartilhar suas experiências", disse Korkman.

É por isso que o fabricante aposta na extensa oferta de serviços e tem a meta de chegar a 2011 com 300 milhões de usuários de sua rede Ovi - um portal que serve para baixar aplicativos, compartilhar fotos, entre outros. Uma meta mais do que ousada, como se fosse possível chegar ao tamanho do Facebook em um ano.


*O repórter viajou a Helsinque a convite da Nokia

Um comentário:

Queen Mob disse...

Sensacional o seu blog, quem me indicou foi minha tia Aline Weber, acredito ser uma amiga. Bom saber que cada vez mais pessoas estao se dedicando a entender o universo mobile. Ecossistema ainda bastante complexo, as em evolucao.. Coordeno uma agencia provedora de conteudo mobile em Porto Alegre, @queen_mob
www.queenmob.com.br

Parabens!
Samantha