2.7.07

Uma idéia na cabeça e um celular na mão

Segunda, 2 de julho de 2007, 08h07
Fernando Eichenberg

Filmes feitos com o uso de telefones celulares deixaram a fase de engatinhar e a marginalidade para conquistar a maioridade e espaços mais prestigiosos. No Brasil, por exemplo, o elogiado Andrucha Washington dirigirá a série Retrato Celular, no Multishow, que vai revelar auto-retratos de jovens de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte.
Já a MTV produz o seriado Gordo Viaja: oito capítulos em que o apresentador João Gordo mostrará o que filmou com seu celular em viagens por quatro continentes.
Aqui na França, recentemente foi realizada a terceira edição do Pocket Films, festival internacional de filmes feitos com telefones celulares, promovido pelo Forum des Images. Os organizadores selecionaram para a competição 26 dos mais de mil filmes inscritos originados de 30 países, entre os quais representantes do Brasil. No total, 190 filmes foram exibidos nos três dias de festival, no Centro Georges Pompidou, em Paris, para um público de mais de seis mil espectadores (filmes do Pocket Films podem ser vistos no site http://www.festivalpocketfilms.fr).
Terra Magazine conversou com Laurence Herszberg, diretora do Forum des Images, sobre o festival e a nova safra criativa de filmes feitos com telefones celulares.
Terra Magazine - Qual o balanço do festival deste ano?Laurence Herszberg - Foi uma edição formidável. Mil filmes inscritos ultrapassa um ensaio, uma tentativa e já começa a se tornar um movimento de expressão, presente em todo o mundo. Foram 30 países representados. Muitos dos inscritos, de diferentes nacionalidades, estiveram presentes, puderam discutir entre si, trocar idéias, saber como cada um filmava. Um turco e um dinamarquês não filmam da mesma maneira. Os japoneses já têm um outro olhar. As pessoas conservam suas especificidades culturais. Mesmo se é o mesmo aparelho de telefone, da mesma marca, o mesmo objeto familiar a todos, o que conta é o olhar e não o instrumento.
Como você definiria o filme feito com o uso do telefone celular?É complicado dar uma definição. Nos damos conta de que há, antes de tudo, uma espontaneidade, uma liberação. Quem faz diz que há um certa espontaneidade no ato de filmar, que muda o olhar, porque a câmera está todo o tempo no bolso. E também porque não se filma da mesma maneira com essa câmera, se filma de uma maneira mais intuitiva. Muitas vezes não se gruda mais o olho na lente. É liberado o olhar entre quem filma e quem é filmado. Isso se sente. Há ainda filmes experimentais, há documentários, narrações e longas-metragens de mais de uma hora de duração. Há mais do que uma curiosidade do público, pois há pessoas que vêm todos os anos. E há também em uma parte do público a questão: "Será que isso não me permitiria passar a uma forma de expressão artística?". Sabe-se que não é porque alguém tem um telefone celular que vai se tornar um criador, mas, por outro lado, há aqueles que estão na fronteira da criação e que talvez poderão passar a fazer algo.
A qualidade dos filmes melhorou?Já não se está mais no estágio da aprendizagem do aparelho. Há verdadeiras pesquisas de expressão. É um meio que ainda está em descoberta, mas já há formas de expressão bem particulares. Nota-se um interesse crescente, mas, mais do que isso, todo o mundo se dá conta de que estamos no começo de uma verdadeira revolução, que poderá mudar os meios de produção, de uma parte da escrita cinematográfica.
Na questão da qualidade da imagem, a tecnologia tem proporcionado uma melhora muito rápida.Alguns não querem uma melhor qualidade, querem continuar com o grão de imagem mais espesso. Para outros isso já é um problema superado, conseguiram obter uma qualidade de imagem ótima. Veja, por exemplo, o filme que foi premiado pelo público, o francês Reverse Love (de Morgan Földi-Möhand, 3min). O filme mostra um jovem e uma jovem que caminham um ao encontro do outro enquanto todas as pessoas ao redor recuam. Filmado com o telefone celular, as imagens dos personagens ficaram bastante fortes e o resto aparece menos detalhado. O resultado foi muito interessante. Gostei muito do filme turco Sorrow (de Deniz Buga e Onur Karaoglu, 6min). A impressão é a de ser cinema, mas se percebe a particularidade da filmagem com o telefone celular.
Há o interesse do público, mas também de diretores reconhecidos.Sim, os diretores começam a se interessar. Isso não quer dizer que Martin Scorsese vai logo passar a usar o telefone celular, a questão não é essa. Mas, por exemplo, Joseph Morder, um cineasta que fez vários filmes, diz: "É algo que me interessa, que vou continuar usando". Pois há essa espontaneidade no ato de filmar. Mesmo da parte de diretores conhecidos há um interesse. Nós não estamos provocando nada, apenas seguimos o movimento e observamos o que se passa. E sentimos que as pessoas estão na expectativa do que vai acontecer com isso daqui para a frente. Isso abre novos horizontes, algo que nem imaginávamos quando o festival começou há três anos.

Fernando Eichenberg, jornalista, vive há dez anos em Paris, de onde colabora para diversos veículos jornalísticos brasileiros, e é autor do livro "Entre Aspas - diálogos contemporâneos", uma coletânea de entrevistas com 27 personalidades européias.

27.6.07

Uma em cada duas pessoas tem um celular no mundo
27/06 - 10:28 - AFP

O número de usuários de celulares no mundo atingirá três bilhões em julho, ou seja, a metade da população do planeta, segundo um estudo da consultora The Mobile World publicado nesta quarta-feira.
"A indústria da telefonia móvel continua batendo recordes, impulsionada por uma enorme demanda, em particular na Índia, China e África. E a taxa de crescimento continua se acelerando", enfatizou John Tysoe, principal analista do grupo com sede em Londres.
"Foram necessários mais de 20 anos para poder ter um bilhão de assinantes, mas apenas 40 meses para ganhar mais um bilhão", acrescentou.
O mercado progride atualmente a ritmo de mil usuários novos por minuto. De 2,84 bilhões no final de março, a quantidade de usuários no mundo alcançará três bilhões em julho e 3,25 bilhões até o fim do ano, segundo o estudo.
A taxa de penetração do celular superará então 50% em escala planetária, quando já é de 100% na Europa, com 666 milhões de linhas.
Mais de 250 milhões de celulares foram vendidos no mundo no primeiro trimestre de 2007, e foram abertas 135 milhões de linhas.
ppy/cn/fp

18.4.07

Afterworld
Assista aqui ao primeiro seriado "Aterworld" que a Sony Pictures Television International desenvolveu para para celulares no MIPTV. O drama sci-fi consiste em 130 episódios de 3 minutos.
http://www.youtube.com/watch?v=zy9v7etZG74

Kill Your Darlings
Na Alemanha a Phoenix Film produziu uma série de terror "Kill Your Darlings", exclusivamente para celular.

Mobile TV a hot ticket in Europe, MIPBy Eric J. Lyman and Scott Roxborough
April 18, 2007
CANNES -- When it comes to the mobile phone industry, the common wisdom is that Asia is five years ahead of Europe, which is five years ahead of the U.S.So with mobile television taking off in such Asian territories as Korea and Japan, it's no wonder European and U.S. execs at MIPTV were scrambling to find out where the nascent industry is going. Mobile TV conferences were the hot ticket, with attendees packing conference halls and security turning people away.South Korea is the mobile market everyone is studying. The country makes an ideal testing ground as it has two digital mobile broadcast platforms -- one a free-to-air advertising-sponsored terrestrial service and another subscription-based model.About 4 million mobile TV-ready devices have been sold for the ad-supported DMB-T platform in Seoul, a city with a population of about 10 million. The Korean mobile TV audience is expected to skyrocket in May when the service expands nationwide.TU Media, the subscription-based model, boasts a million subscribers for its service, which carries content from, among others, E! Entertainment Networks.Those are figures most players in Europe can only dream of. Italy, with three national providers, is the leader of the pack. Other mobile TV networks in Germany and the U.K. are restricted to major urban areas.Although reliable figures for the market are hard to come by, most analysts say there are at least 5 million mobile TV users in Italy. Those estimates, however, include large numbers of potential users (those with an active account and a compatible mobile device) who use a mobile service only rarely.Compare that with Germany, where the country's sole mobile TV carrier, Mobiles Fernsehen Deutschland, measures its customer base in the low thousands."Italians love new technology, and this is an example of that," said Javier Noriega, chief economist and telecommunications sector analyst with investment bankers Hildebrandt and Ferrar. "But there is a learning curve involved, and costs (for use of the service) are still relatively high. But it's safe to say that mobile TV has a foothold here."MFD managing director Henrik Rinnert believes the mobile TV industry will begin to take off across Europe by year's end as analog TV channels switch to the digital spectrum, freeing bandwidth for mobile TV programming. MFD, which operates four mobile TV channels, hopes to launch an additional 16 in Germany by year's end.With mobile cell penetration near 100% across Europe, content providers see a massive market just waiting to pop. A recent study by Goldmedia, sponsored by NBC Universal Global Networks Deutschland, suggested that by 2012 about 8.7 million customers in Germany will be using mobile TV.On the monthly subscription model that most mobile TV carriers use, that could translate into a healthy windfall for companies that can work out the right business strategy and deliver what end users are willing to pay for."It is still very early but we are seeing certain trends emerging," Rinnert said. "Content-wise, what interests users most is news -- information programming. That's followed by comedy in short clips. At the moment, longform of any sort isn't what people want to watch on their mobile screen."In Italy, the trend is similar, but decidedly sports-based. According to a spokesman for mobile carrier Vodafone-Italia, the most popular mobile TV programming is results and footage of soccer matches."Without soccer, the market here would be much less viable," the spokesman said.But if Korea is any measure, as audiences get used to the new technology, they will start to demand less news and more entertainment. There, longform drama is consistently the most-watched programming on the TU Media mobile network."We were also really surprised," said David Taegho Ahn, business operations director of Munhwa Broadcasting Corp., which carries its drama shows on TU Media. "Drama on the go is a substitute for home viewing. It's catch-up TV."Not wanting to be left behind, production companies are moving to create mobile-specific programming. Sony Pictures Television International is pushing its mobile-ready series "Afterworld" at MIPTV. The computer-generated sci-fi drama consists of 130 three-minute episodes that can be packaged as a standard 30-minute TV drama or used as mini-episodes for easy cell phone consumption.Germany's Phoenix Film has produced the horror series "Kill Your Darling," exclusively for mobile use."It's a new medium and no one quite knows how to produce for it yet," said Alexander Coridass, head of program and marketing at German sales group ZDF Enterprises. "People are trying out different things."No one knows yet what will work, but the mobile market will come and it will be big," he added. "I have no doubt about that."Janine Stein contributed to this report.

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